ABSTRACT
Objetivo: Analisar o perfil alimentar e a percepção de escolares sobre a alimentação servida nas escolas, segundo a vulnerabilidade à saúde. Métodos: Trata-se de estudo transversal, realizado com uma amostra representativa de alunos do Ensino Fundamental da rede municipal de Belo Horizonte. A vulnerabilidade à saúde foi determinada pelo Índice de Vulnerabilidade à Saúde dos setores censitários das escolas. Foram coletadas informações referentes ao perfil alimentar e à percepção sobre a alimentação escolar. Foi utilizado o Teste Qui-quadrado de Pearson para determinar diferenças segundo o Índice de Vulnerabilidade à Saúde. Resultados: Foram entrevistados 3.557 alunos. Os alunos das escolas com menor vulnerabilidade apresentaram o hábito de comprar alimentos em estabelecimentos próximos à escola (p=0,01); perceberam em menor proporção a alimentação escolar como variada (p<0,001), o tempo para comer como suficiente (p<0,001) e a importância da alimentação escolar (p=0,02). Conclusão: O perfil alimentar e a percepção da alimentação variaram segundo a vulnerabilidade das escolas. Nas escolas de menor vulnerabilidade, os alunos compraram mais alimentos no entorno e apresentaram menor aceitação e valorização da alimentação escolar. Sugere-se a investigação de fatores associados (socioeconômicos e ambientais) para compreensão das condições que influenciam o adequado fornecimento da alimentação escolar a todos os estudantes.
Objective: analyze the dietary profile and perception of students about the food served in schools, according to health vulnerability. Methods: This is a cross-sectional study, carried out with a representative sample of Elementary School students from the Municipal Network of Belo Horizonte. Health vulnerability was determined by the Health Vulnerability Index (HVI) of the census sectors of schools. Eating habits and perceptions of meals served in the school were collected. Pearson's Chi-squared test was used to determine differences according to the Health Vulnerability Index. Results: 3,557 students were interviewed. Students from schools with less vulnerability had the habit of buying food in stores close to the school (p = 0.01); a smaller proportion of the students perceived the school meals as varied (p <0.001), the eating time as sufficient (p<0.001), and the importance of food served in municipal schools (p=0.02). Conclusion: The food profile and perception of food varied according to the school's vulnerability. In schools with less vulnerability, students bought more food in the surroundings and showed less acceptance and appreciation of school food. The investigation of socio-economic and environmental factors is warranted to understand the conditions that may influence the adequate supply of school meals to all students.